ATA DA NONAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 15-10-2008.
Aos quinze dias do mês de outubro do ano de dois mil
e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Neuza Canabarro,
Nilo Santos e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr.
Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael
Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Luiza, Maristela Meneghetti, Maurício
Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Professor Garcia e Sofia Cavedon. À
MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 019/08 (Processo nº 5287/08) e o Projeto de
Resolução nº 053/08 (Processo nº 5579/08); pelo Vereador Mauro Zacher, o
Projeto de Resolução nº 045/08 (Processo nº 5146/08). Também, foi apregoado o
Ofício nº 861/08, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o
Projeto de Lei do Executivo nº 050/08 (Processo nº 5938/08). Ainda, foram
apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo Senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: de nº
030/08, de autoria do Vereador João Carlos Nedel, hoje, na reunião-almoço “Tá
na Mesa”, quando será prestada homenagem ao ducentésimo quinto aniversário da
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, às doze horas, no
Palácio do Comércio, em Porto Alegre; de nº 048/08, do Vereador Professor
Garcia, hoje, no 12º Encontro Metropolitano dos Construtores da Paz, no Colégio
La Salle Dores, às quatorze horas, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os
Ofícios nos 1034905, 1034926, 1034953, 1034968, 1037545, 1037885,
1037904 e 1037634/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A
seguir, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor
Pedro Ruas, eleito Vereador de Porto Alegre para a Décima Quinta Legislatura.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib cumprimentou a Mesa
Diretora e o Colégio de Líderes pela decisão tomada em reunião realizada ontem,
de não votar antes do segundo turno das eleições municipais o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 006/08, relativo à área conhecida como Pontal do
Estaleiro. Ainda, solicitou que esta Casa convide técnicos do Executivo para
prestarem esclarecimentos sobre impactos ambientais e viários de grandes
empreendimentos nessa região. A Vereadora Margarete Moraes criticou a gestão
municipal na área cultural, referindo-se ao número de oficinas do Projeto de
Descentralização da Cultura, ao uso do Auditório Araújo Vianna e aos locais de
realização de eventos do “Porto Alegre em Cena”. Também, corroborou a decisão
de adiamento da votação do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
006/08, sugerindo que o Pontal do Estaleiro seja transformado em área cultural,
recreativa e esportiva. O Vereador Luiz Braz questionou os motivos da
contrariedade de Vereadores ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
006/08, indagando acerca do posicionamento de Suas Excelências quando da
autorização para a construção do BarraShoppingSul. Nesse contexto, comentando a
decisão de adiamento da votação dessa proposição, defendeu que qualquer
empreendimento que venha a ser realizado pela iniciativa privada no Pontal do
Estaleiro tenha contrapartida com investimentos estruturais na região. O Vereador
Haroldo de Souza reafirmou sua decisão de votar favoravelmente ao Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, que trata da revitalização urbana do
trecho da Orla do Guaíba localizado na UEU 4036, denominado Pontal do
Estaleiro. Sobre o assunto, analisou a importância da presença de
representantes da população porto-alegrense nesta Casa, enfatizando que as
manifestações realizadas nas galerias deste Plenário devem ser feitas dentro
das normas de civilidade e respeito. Em continuidade, o Senhor Presidente
registrou a presença, neste Plenário, do Vereador Alamir Tubias Machado Calil,
do Município de Santa Maria – RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, a
Vereadora Sofia Cavedon debateu a situação da educação pública no Rio Grande do
Sul e em Porto Alegre, parabenizando os professores pelo seu Dia, comemorado
hoje. Ainda, contrapôs-se ao Projeto de Lei que permite a urbanização da área
do Pontal do Estaleiro, alegando que a Legislação é clara quanto à preservação
ambiental da orla do Lago Guaíba e que os cidadãos do Município não podem
perder seu direito à qualidade de vida. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Nilo Santos questionou o posicionamento do Vereador Beto Moesh, relativamente à
urbanização da área do Pontal do Estaleiro, justificando que esse Parlamentar,
em entrevista ao Jornal do Comércio do dia sete de julho de dois mil e seis,
mostrou-se favorável a essa iniciativa. Também, afirmou que esse local se
encontra abandonado desde o tempo em que o PT estava à frente do Executivo
Municipal e que o desenvolvimento controlado da Cidade é positivo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pelo Governo, o Vereador Beto Moesch comentou debates acerca do Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 006/08 ocorridos nesta Casa, frisando que essa
proposta não recebeu parecer do Conselho Municipal do Meio Ambiente. Ainda,
lembrou ter sido o único Vereador a votar contrariamente quando da aprovação,
por esta Casa, do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/01, que
definiu o regime urbanístico para a área conhecida como Pontal do Estaleiro. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Neuza Canabarro declarou seu posicionamento
contrário ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/08, analisando
diferenças de valor das avaliações do terreno do Pontal do Estaleiro
decorrentes de sua classificação como espaço de impacto de primeiro ou de
segundo grau. Além disso, informou estar encaminhando Pedido de Providências
para que essa área seja desapropriada para uso em atividades a serem usufruídas
pela população. A Vereadora Maristela Maffei abordou o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 006/08, asseverando que a transferência da data
de votação deste Projeto decorreu não apenas de liminar judicial, mas de
decisão acordada entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes. Também,
reportou-se ao pronunciamento sobre o assunto hoje efetuado pela Vereadora
Neuza Canabarro, questionando a gestão do ex-Prefeito Alceu Collares em
questões atinentes à revitalização da orla do lago Guaíba. A seguir, constatada
a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de
Lei do Legislativo nº 297/07, em sua parte vetada, considerando-se rejeitado o
Veto Parcial oposto, por vinte e dois votos SIM e um voto NÃO, após ser discutido
pelos Vereadores Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Luiz Braz, Aldacir Oliboni,
João Antonio Dib, Claudio Sebenelo e José Ismael Heinen, tendo votado Sim os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Dr. Raul,
Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João
Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Luiza,
Maristela Maffei, Mauro Zacher, Neuza Canabarro e Nilo Santos e Não o Vereador
Luiz Braz. Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador João Antonio
Dib, solicitando que o Secretário do Planejamento Municipal seja convidado a
comparecer nesta Casa, em companhia de assessores do Poder Executivo, para
pronunciamento e esclarecimentos acerca do Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 006/08. Em prosseguimento, o Senhor Presidente declarou
encerrada a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram
os Projetos de Lei do Legislativo nos 218, 224, 225, 227, 229 e
230/08, este discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto e Ervino Besson. Na
ocasião, o Senhor Presidente convidou os Líderes de Bancada para reunião com a
Mesa Diretora, a ser realizada após a presente Sessão. Às quinze horas e
quarenta e nove minutos, o Senhor Presidente informou que nada mais havia a
tratar e declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Sebastião Melo e Ervino Besson e secretariados pelo
Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro
a presença do Vereador eleito Pedro Ruas. Seja bem-vindo a esta Casa.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
eu quero cumprimentar a Mesa e as Lideranças por terem adiado a votação do
Projeto Pontal do Estaleiro no dia de hoje - recebam meus cumprimentos. Na
realidade, todos nós Vereadores temos recebido correspondência favorável ao
Pontal do Estaleiro, ao mesmo tempo recebemos outro tanto de correspondências
contrárias a esse Projeto. Eu tenho, ao longo de todo meu tempo nesta Casa,
dito que sou contrário à votação de projetos pelo art. 81, e esse Projeto
realmente tem uma importância bastante grande, movimenta interesses citadinos
tanto na Zona Sul como na Zona Central e atinge moradores que até estão longe,
que não sofreriam uma interferência direta, mas que também colocam as suas
posições.
É
por isso, Sr. Presidente, que neste momento eu quero fazer uma proposição. Já
que o Projeto não será votado hoje, quero propor a V. Exª, à Mesa e à Casa que
o Executivo nos encaminhe três técnicos isentos para que eles façam uma análise
do que poderá acontecer na construção do que se pretende no Pontal do
Estaleiro, e, ao mesmo tempo, nos situem com a construção das quatro torres de
23 pavimentos junto ao BarraShoppingSul. Portanto, seria de muita relevância
que todos nós Vereadores, que não examinamos o Projeto, que não temos
conhecimento e profundidade em relação a ele, soubéssemos a posição do
Executivo Municipal através dos seus técnicos. Temos a convicção de que eles
têm competência, seriedade e responsabilidade e terão a isenção de falar aquilo
que interessa à Cidade: é bom fazer o Pontal do Estaleiro ou não? Vai acontecer
um problema viário? Não vai acontecer um problema viário? Esses três técnicos
compareceriam e prestariam todos os esclarecimentos aos Vereadores.
Compareceriam numa Sessão normal e nos dariam a tranqüilidade para darmos os
nossos votos.
Acho
eu que este Projeto deveria ter vindo do Executivo, pois viria estudado. Não
veio do Executivo; os Vereadores apresentaram sem maiores estudos, então eu
gostaria de propor à Casa que três técnicos do Executivo, indicados pelo
Prefeito ou pelos seus Secretários, nos dessem as informações necessárias. Esta
é a colocação deste Vereador e possivelmente a da minha própria Bancada. Saúde
e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; eu quero contestar algumas declarações feitas
ontem na TV Pampa pelo Prefeito Fogaça em relação a atividades da Secretaria
Municipal da Cultura no tempo da Administração Popular. Ele disse que hoje eles
têm 93 oficinas no Projeto de Descentralização da Cultura, e nós temos dados
fornecidos pelo próprio Governo mostrando que existem 70 oficinas. E nós
deixamos 93 oficinas.
Em
relação ao Auditório Araújo Vianna, quando eu fui Secretária em 2001, pedimos
um laudo sobre a lona na SMOV, e a SMOV apresentou o seu laudo. E nós, em
conjunto com a SMOV, realizamos uma obra de reforço na lona com garantia de dez
anos. Portanto não procedem as declarações do Secretário Sérgius e do Prefeito
Fogaça de que o Auditório Araújo Vianna estava inviabilizado.
Em
relação ao Porto Alegre em Cena - tenho vários catálogos -, nós o fazíamos nos
bairros Restinga, Humaitá, no Morro da Cruz, na Zona Norte e em todas as
regiões da Cidade.
Dito
isso eu queria dizer que agiu com muito bom senso a Mesa desta Casa e as
Lideranças ontem, quando definiram, por unanimidade, adiar para depois das
eleições a votação do Projeto Pontal do Estaleiro. Na verdade, a Mesa e as
Lideranças apenas cumpriram um acordo que haviam feito anteriormente, de que
não deveríamos votar antes das eleições, porque causaria uma tensão
desnecessária e exagerada neste momento. Nós queremos reiterar nesta
oportunidade a nossa posição: somos a favor da orla do Guaíba, de toda a orla,
e acreditamos que aquele local - Pontal do Estaleiro - precisa ser de fato
revitalizado, mas não com esse Projeto. Somos a favor do patrimônio cultural e
ambiental da cidade de Porto Alegre. Concordamos com o gravame registrado no
Plano Diretor da Cidade que diz, Ver. Alceu Brasinha, que aquele local deve ser
tratado como uma Área Especial: tem de ter uma altura discreta - qualquer
empreendimento deve ter, no máximo, três ou quatro andares -, tem de haver
respeito à vocação, à identidade daquela área, considerando, sem nenhuma
dúvida, a beleza do entorno, e que esse local possa ser um local de encontro,
de lazer voltado à gastronomia. Por exemplo, o que torna agradável a Rua Padre
Chagas? A gastronomia e as suas lojas.
Aquele
local pode ser um local de cultura para todos, sem nenhum entrave, sem nenhuma
burocracia; um local de lazer, de esportes, um ponto onde as pessoas se
encontram, como fazem naturalmente no Parque Farroupilha; ligado ao turismo,
sobretudo de acesso a esse bem que a Cidade tem, que é o lago Guaíba. As
pessoas não querem se afastar do lago, e, ao contrário, o Poder Público deve
oferecer ações para que as pessoas tenham acesso, tenham proximidade ao lago.
Isso é um conceito. Trata-se de um conceito de cidade para todos e para todas
sem nenhuma discriminação, onde as pessoas possam se reconhecer, se
referenciar, assim como fazem naturalmente, dependendo dos Governos, em outros
pontos de Porto Alegre.
Nós
já explicamos por que somos contra o Projeto Pontal do Estaleiro, mas queria
dizer que agora existem razões legais que devem ser regularizadas. E, para ele
tramitar de novo nesta Casa, eu quero levar o Projeto à Bancada do Partido dos
Trabalhadores, à nossa Bancada, para discutirmos, porque temos que considerar agora
que esse Projeto só voltará a tramitar nesta Casa se for de iniciativa do
Executivo, e, quando for iniciativa do Executivo, que venha para uma Comissão
Especial, Ver. Todeschini, ligada ao Plano Diretor, é daí que deveriam sair
todos os pareceres.
Queremos
cumprimentar a Mesa e as Lideranças por terem compreendido, por terem tido
sensibilidade neste momento político que estamos vivendo, evitando um clima de
tensão nesta Casa e mandando esse Projeto para depois das eleições. Agora há
razões jurídicas também, então deveremos rediscutir para ver em que condições
esta Casa, de novo, poderá analisar o Projeto Pontal do Estaleiro.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, quero cumprimentar o meu amigo Pedro Ruas, com quem
convivi muito tempo nesta Casa; ele agora está de volta à nossa Câmara
Municipal - com toda a certeza Pedro Ruas qualifica a nossa Câmara com a sua
presença.
Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, os Vereadores que são contrários ao
Projeto intitulado Pontal do Estaleiro devem também ter sido contrários à
aprovação das quatro torres do BarraShoppingSul. Eu acredito que esses mesmos
Vereadores que estão se manifestando agora contrários devem também ter manifestado
a sua oposição àquelas quatro torres do BarraShopping. Acredito que esses
Vereadores são sinceros, eles devem manifestar também essa oposição em relação
ao BarraShopping.
Quero dizer que o meu amigo Beto Moesch é um
Vereador de primeira linha e alguém que me orienta com relação ao meio
ambiente, pelo conhecimento que tem e pela sua militância. Ele complementou uma
ação desta Casa, pois ontem as Lideranças desta Casa, reunidas com a Mesa
Diretora, já haviam decidido que o Projeto seria votado apenas após o 2º turno,
e o Ver. Beto conseguiu, por intermédio de um mandado de segurança, também uma
manifestação judicial, para que o Projeto não fosse votado imediatamente. Isso
não significa que o Projeto não será apreciado por esta Casa neste ano, no ano
que vem ou em outra data.
Ver. Beto Moesch, se o Projeto do Pontal do
Estaleiro contempla um tratamento de esgoto que, pelo que li do Projeto, é um
tratamento de Primeiro Mundo, algo que devolveria para o Guaíba uma água limpa;
se o discurso da privatização daquele pedaço da orla não é verdadeiro, porque o
pedaço da orla seria entregue à população... Ver. Beto Moesch, V. Exª sabe que
aquele trecho da orla está em degradação há muito tempo, que a população de
Porto Alegre não consegue ter acesso ao Guaíba por aquele trecho. Então, até
agora, Ver. Beto Moesch, eu não consegui me convencer dos argumentos dos
ambientalistas. A única coisa que me deixa em dúvida com relação ao Projeto do
Pontal não é o argumento ambientalista, porque eu acho que ali vai até ajudar o
meio ambiente, se o Projeto realmente for todo executado; o que me deixa em dúvida é com relação ao seguinte: a
modificação do Projeto, com toda a certeza, vai trazer um ganho a mais para os
empreendedores. Então, eu acho que, se os empreendedores vão ter um ganho a
mais, eles têm que dar um retorno a mais, também, com relação à Cidade.
Nós
temos problema com as vias de acesso, já temos uma complicação com relação ao
tráfego da Zona Sul, e até agora as contrapartidas que foram anunciadas são
muito pequenas em relação ao ganho do empreendedor. Então, eu acho que, se o
empreendedor vai ter um ganho a mais, com toda a certeza, ele vai ter que negociar
com a Prefeitura Municipal também uma contrapartida maior para que a Cidade,
Ver. João Antonio Dib, possa, de alguma forma, ter um ganho com relação ao
Projeto que vai ser desenvolvido ali. Acho que essa, na verdade, é a grande
dúvida - que não é só minha, também está na cabeça de outros Vereadores -, o
problema é a contrapartida: o que a Cidade vai ganhar a mais? Como o
empreendedor, Ver. Guilherme Barbosa, vai ganhar muito mais, então não é justo
que ele ganhe com a modificação do Projeto, e a Cidade não ganhe absolutamente
nada. Então, isso tem que ser negociado, talvez essas ações tanto da Mesa
Diretora... Ver. Sebastião Melo, V. Exª agiu muito bem quando reuniu as
Lideranças e a Mesa para fazer com que a votação do Projeto fosse adiada. Mas,
agora também, com o Ver. Beto Moesch entrando com esse mandado de segurança,
quem sabe tenhamos aí a grande possibilidade de fazer com que essas negociações
entre empreendedores e Prefeitura Municipal possam, realmente, se dar em prol
de um ganho maior de toda a Cidade.
(Não
revisado pelo orador.)
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver.
Beto Moesch, V. Exª pede a palavra para uma Questão de Ordem? Porque
esclarecimento não é permitido.
O
Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Questão de Ordem.
O
SR. BETO MOESCH (Questão de Ordem): É
que está dentro do debate o tratamento de esgoto... (Som cortado, conforme
determinação da presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não,
Vereador; não é uma Questão de Ordem, V. Exª tem os espaços da Casa para
debater o assunto, e eu garanto os espaços. Não é uma Questão de Ordem.
(Manifestação
anti-regimental do Ver. Beto Moesch.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não
é questão de cassar, o Regimento tem que valer para todos e não conceder
exceções. Enquanto eu for Presidente, o Regimento será cumprido! (Palmas.)
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Vereadores, Vereadoras, amigos que aqui se
encontram: esta história, esta lenda da política... Pedro Ruas, um abraço, meu
querido, seja bem-vindo; a Casa precisa de políticos da sua qualificação.
Vamos
deixar bem claro, para iniciar, porque hoje nesta Casa vislumbrei o seguinte:
eu deixei de estar no Rio de Janeiro hoje para narrar o jogo Brasil e Colômbia,
aquela coisa que eu faço com tanto amor e tanta paixão. Acontece que estava
prevista para hoje a votação do Projeto Pontal do Estaleiro, e eu não poderia
estar ausente de forma nenhuma. Mas o Ver. Sebastião Melo reuniu os Líderes e a
Mesa ontem à tarde, para que decidíssemos, em conjunto, sobre o adiamento, sim,
do Projeto, que seria votado esta tarde na Câmara Municipal de Porto Alegre -
Projeto dos mais polêmicos, dos mais difíceis para realmente se chegar ao lugar
comum, e só, realmente, através do voto é que nós vamos atingir os
objetivos.Voto! E sem a mínima condição de prometer casa, o sonho da casa, por
causa desse voto! Não tem esse negócio de sonho da casa própria, não, não tem!
Como também não tem esse negócio de melhorias asfálticas na Cidade de uma hora
para outra. Aqui o voto é “sim” ou “não” ao Pontal do Estaleiro. E o meu “sim”
é reafirmado neste momento aqui. Eu quero, sim, o Projeto Pontal do Estaleiro
para cidade de Porto Alegre!
Eu
não quero ser igual a maioria que, ao viajar para qualquer canto do mundo, vê
coisas bonitas, pontos turísticos de Primeiro Mundo, coisas bonitas feitas e
fala: “Ah! E nós não temos isso lá em Porto Alegre...” A democracia dá condição
para que, neste momento, nós tenhamos, à esquerda, um grupo de cidadãos de
Porto Alegre com o mesmo direito daqueles que são a favor do Projeto. Vocês têm
o direito de vaiar aqueles que vêm aqui e que são contrários à idéia de vocês.
E do lado de cá, certamente, no dia do votação, teremos aqueles que são
favoráveis ao Projeto, e é um direito deles também vaiar, como é um direito de
vocês; é a democracia.
Eu
só espero que essa decisão, que foi tomada ontem graças à Presidência da Casa -
Ver. Sebastião Melo e Líderes -, a transferência da votação... E eu queria para
segunda-feira, eu pedi segunda-feira, mas a maioria ganhou, vivemos numa
democracia, e a votação foi transferida para quarta-feira da semana que vem.
Que esta Casa esteja lotada de democracia! Que nós respiremos democracia; que
nós respiremos liberdade. Quando o Haroldo de Souza, que estará aqui, vier para
confirmar o “sim” ao Pontal do Estaleiro, que ele possa ser vaiado, mas com
civilidade, depois que terminar o pronunciamento. Não venham esculhambar a
Casa, porque vocês não têm esse direito. Vocês, ao terminar a manifestação
deste ou daquele candidato, vaiem à vontade, exerçam esse direito que faz parte
da democracia, mas não venham dar uma de bonitinhos - ninguém, nem velho, nem
novo, nem jovem -, dizendo que vão à Casa do Povo, que fazem e acontecem. Não
vão fazer! Assim também os aplausos, que deverão ser feitos depois de o
Vereador se pronunciar.
Eu
tenho elencado 18 itens para justificar o meu voto - só 18, apenas 18 -, eles
serão guardados, sim, da mesma forma que tomei as minhas decisões, ao longo de
34 anos, no Rio Grande do Sul. Quando eu for votar, vou votar e dizer o porquê
de estar fazendo aquilo. Isso não significa que eu me torne inimigo daquele
grupo que não quer uma determinada coisa. Não, por favor! Porque, senão, a tal
de vontade do povo, a tal de vontade popular, representada por nós aqui, uma
miscelânea de idéias, um prosseguimento de cultura, aqui deixa de existir. Eu
tenho certeza de que tanto aqueles que são contrários ao Pontal do Estaleiro
quanto aqueles que são favoráveis ao Pontal do Estaleiro, que respiram o mesmo
ar, que têm as mesmas dificuldades na cidade de Porto Alegre, têm os mesmos
direitos. Por isso, as nossas desculpas pelo Projeto não ser votado hoje. E aqueles
que aqui vieram sejam bem-vindos sempre.
E eu gostaria muito que esta Casa, a partir do ano que vem, tivesse a assiduidade da comunidade, a fiscalização da sociedade de Porto Alegre presente aqui, e não acompanhando notícias de jornais, normalmente distorcidas, feitas por alguém que vai apresentar uma notícia melhor amanhã para chamar a atenção de seus eleitores. Só isso, a presença de vocês aqui é muito bem-vinda. Vocês têm o direito de vaiar, mas vaiem depois que saírem; porque esculhambação aqui nesta Casa não! Esta Casa é do Povo, nós respeitamos o povo, mas que o povo também nos respeite. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Quero registrar a presença do Ver. Calil, da nossa velha Santa Maria da Boca do
Monte. Seja bem-vindo, Vereador, à nossa Casa. Obrigado pela presença.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, da
oposição.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Vereadores do meu Partido e Verª Maristela,
utilizo este tempo de Liderança para marcar o Dia do Professor; peço licença ao
Movimento Porto Alegre Vive - é a cidadania aqui presente - para fazer isso em
função do dia 15.
Primeiro
quero fazer duas afirmações que a nossa Bancada, por muitas vezes, fez desta tribuna.
Eu acho que a Câmara não estaria pagando este “mico”, dando esta demonstração
de incapacidade de respeitar leis, finalmente se colocam as coisas nos devidos
lugares, Ver. Beto Moesch... No Parecer está escrito que o PT questionou, desde
o início, a origem do Projeto, que não era advindo do Executivo - isso está
claro na legislação. E está claro na legislação que a orla é Área de Proteção
Ambiental e que, portanto, não pode haver mudanças na paisagem, isso está
determinado pela Lei Orgânica, Ver. João Dib, mas parece que esta Casa nem as
suas leis preza; nem o cuidado do Legislativo em proteger a vontade do cidadão,
em proteger a vontade já consagrada em leis foi respeitado. Temos uma vitória
muito importante da cidadania desta Cidade, parabéns para vocês que estão
vigilantes; não pela sua qualidade de vida, mas pela cara e qualidade de vida
da nossa Cidade.
Eu
queria dizer, também, que estou muito feliz porque cada vez fortalece mais a
luta. Olha só este pequeno adesivo, o bairro Cidade Baixa também está
constituindo o seu movimento, Ver. Brasinha, o Movimento Cidade Baixa Vive:
“Não ao espigão na Cidade Baixa”. Porque a nossa Cidade não quer perder as suas
características culturais, o seu direito à vizinhança, à paisagem, ao sol, ao
ar, a um trânsito tranqüilo ao lado de sua casa - isso é direito da população
de Porto Alegre. O Impacto de Vizinhança na nossa Cidade tem que ser
regulamentado, e, enquanto não for regulamentado, o Poder Público tem que fazer
a mediação entre o direito do cidadão e a vontade do poder econômico, do
capital que constrói, que é bem-vindo, mas que não deveria ter uma visão
restrita, estreita; deve enxergar a vocação desta Cidade, respeitar e
empreender respeitando e valorizando a vocação cultural, as características
culturais desta Cidade.
Então,
faço essa observação dizendo que considero uma vitória, mas uma vitória que nos
chama para a luta, para o embate, pela permanente vigilância, porque votamos na
semana passada aqui uma proposta de diretriz orçamentária, de regulamentação do
Impacto de Vizinhança, e esta Câmara não aprovou a colocação na LDO da
necessidade de regulamentar o Impacto de Vizinhança, ou seja, esta Câmara não
está mostrando sensibilidade diante do que a Cidade está gritando em todos os
seus bairros, e ela se faz valer aqui, com a presença na Câmara e no
acampamento.
Sobre
o professor: permitam-me, sou professora e pauto a minha vida e a minha
construção política através da Educação, quero aqui prestar a minha homenagem
aos professores. Professores, categoria, Verª Neuza, tão desrespeitada,
lamentavelmente; e todos os dias nos jornais dão opinião, discursam, escrevem
artigos sobre a Educação e sobre os professores, e quem escreve são médicos,
advogados e políticos, que dizem que a Educação é prioridade. Mas os
professores são desrespeitados no seu dia-a-dia com políticas que retiram seus
direitos, que retiram suas condições de trabalho, que não respeitam o seu piso
salarial profissional. Agora, no debate eleitoral, o Prefeito Fogaça
desrespeita os professores, porque afirma, de forma mentirosa, que os
professores mantinham cinco mil matrículas fantasmas na rede municipal de
ensino - isso é um escândalo, e nós vamos exigir que ele comprove e que ele se
retrate, Ver. Dib! Nós temos na nossa Cidade o fechamento de salas de aula de
1ª série, como no Alberto Torres; o Estado vem se retirando da Educação em
Porto Alegre, e o nosso Prefeito não diz nada, sabendo que tem a
responsabilidade de crescer em Educação Infantil.
É preciso muito amor para
ser professor em condições como essas, quando se implanta neste Estado a
separação do Planejamento, transformando o professor num dador de aulas,
estabelecendo um controle externo só sobre o resultado do aluno; o
gerencialismo da fábrica que nós estamos superando está se instalando na
Educação com a vã ilusão de buscar qualidade. Encerro, Sr. Presidente, dizendo
que isso retira do centro da Educação o papel de ator que o professor tem, se
ele não for respeitado e não tiver formação para isso não teremos qualidade na
Educação.
Então, boa luta! É o que
pode se dizer aos professores, como se diz aos cidadãos de Porto Alegre: boa
luta porque muito se precisa fazer para sermos respeitados e aí, sim, termos
uma Educação de qualidade. Um abraço. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. NILO SANTOS: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhores e senhoras que nos acompanham nesta tarde, gostaria de fazer um
momento de reflexão sobre o Pontal do Estaleiro. Conheço o Projeto, algumas
coisas nos causam até um certo pavor; algumas coisas não consigo entender, Ver.
Brasinha e Ver. Dr. Goulart, meu grande Líder. No Jornal do Comércio do dia 07 de
julho de 2006 o Ver. Beto Moesch - confirme, Dr. Goulart - era favorável ao
Projeto! O Ver. Beto Moesch presidia o Conselho do Meio Ambiente e aprovou para
que o espaço fosse residencial - não dá para entender algumas coisas. Parece-me
que a gente vai jogando e se deixando levar pelo vendo, vai para onde o vento
soprar. Isso causa confusão na cabeça das pessoas!
Outra coisa: já ouvi tanta gente dizer que lá não
pode construir porque aquilo é um espaço cultural. Ouvi tanto falarem que é um
espaço cultural, que era uma maravilha onde está o atual Estaleiro, que neste
final de semana quase fui com minha família tirar fotos dos monumentos lá,
daquela maravilha! Aquilo lá é uma vergonha para a cidade de Porto Alegre, é
uma vergonha! O antigo Governo passou 16 anos e não movimentou aquela área. A
gurizada vai para lá se drogar, marginais se escondem naquele espaço,
Presidente.
(Manifestações nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereador,
vou-lhe assegurar o tempo e fazer um apelo aos nossos participantes, que são
muito bem-vindos à nossa Casa, com aplauso, com carinho, com respeito; mas a
democracia é o contraditório. Há um Vereador na tribuna, quero garantir e vou
garantir a palavra ao Vereador, peço que os senhores se manifestem no momento
adequado.
O SR. NILO SANTOS: Obrigado,
Presidente.
Aquele
local lá é onde os drogaditos se reúnem; é onde se refugiam quando assaltam as
pessoas em frente ao Hipermercado. Aquilo ali é uma vergonha, é um absurdo o
que está acontecendo. E aí, quando surge um Projeto que vai gerar
desenvolvimento para a Cidade, que vai gerar empregos para a Cidade, que vai
devolver a orla para a Cidade - porque hoje não tem orla ali, aquele espaço não
pode ser utilizado -, há quem seja contra.
Eu
quero ver essas pessoas que estão se manifestando contra o Pontal também se
manifestarem quando da retirada das árvores para criar loteamentos ou para
criar grandes hipermercados - aí não há movimento para a reposição das árvores
arrancadas? Tem gente que, quando é para construção de grandes shoppings ou
de torres enormes, não se manifesta; tem que existir critério nisso, meu
Presidente! Há um pequeno movimento tentando causar transtornos, mas Porto
Alegre não vai parar de crescer, não vai parar de se desenvolver pelo movimento
de um grupo de pessoas - Porto Alegre quer crescer.
Nós
queremos terminar com aquele lugar de drogadição, queremos ver as pessoas se
reunindo para retirar os drogaditos de lá, para retirar os bandidos que lá se
escondem, e não impedindo o crescimento da Cidade. Quantas pessoas, meu Líder,
Ver. Dr. Goulart, e Ver. Brasinha, serão beneficiadas com trabalho naquele
espaço? Qual é o empreendimento que vai gerar uma marinha pública para esta
Cidade? Qual é o empreendimento que vai entregar a orla para as pessoas passearem,
e não abrigando drogados à beira do Guaíba? Digam-me, senhoras e senhores, se
tiverem uma proposta melhor! Tem gente aplaudindo a carcaça do Estaleiro Só, e
aquilo é um sinal de vergonha para esta Cidade. Aquela área está há anos e anos
abandonada. É uma vergonha para a Cidade. É um retrocesso...
(Manifestações
nas galerias.)
O
SR. NILO SANTOS: Está
difícil, meu Presidente, está difícil...
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está
assegurado o seu tempo, Vereador.
O
SR. NILO SANTOS: Se vão
ficar ofendendo este Vereador, Presidente, fica complicado.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
seu tempo está assegurado. Quando voltar a reinar as condições de trabalho, nós
retornaremos. (Pausa.) Vossa Excelência está com a palavra.
O
SR. NILO SANTOS: Eu moro
na Zona Sul e há vários anos passo por ali, Verª Maria Luiza - sei que V. Exª é
favorável ao Projeto. Aquilo ali não se movimenta nunca; há só sujeira,
abandono e drogadição lá dentro. Aí, quando aparece uma solução, um grupo se
levanta para dizer “não” ao desenvolvimento de Porto Alegre. Poupem-me, por
favor! E não vamos ficar mudando de opinião da noite para o dia por pressões,
Srs. Vereadores. Obrigado. (Manifestação nas galerias.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo
Governo.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
eu quero aproveitar para fazer alguns esclarecimentos com relação, por exemplo,
Ver. Luiz Braz, à informação de que o Projeto contempla tratamento de esgoto
por parte do empreendedor. Infelizmente a Lei Orgânica do Município proíbe
isso. A Lei Orgânica é clara quando diz que somente o DMAE pode tratar esgoto
na cidade de Porto Alegre. Portanto, se não houver uma alteração da Lei
Orgânica, esse Projeto de Lei que tramita contraria a própria Lei Orgânica.
Esse é o esclarecimento técnico que eu queria fazer, Sr. Presidente, para
poupar o debate de defesas ou ataques que não vão dar em nada. Insisto: somente
o DMAE pode tratar esgoto na cidade de Porto Alegre, o empreendedor particular
não pode. Mesmo que se alegue o tratamento de esgoto como algo benéfico na
situação legal atual de Porto Alegre, que é talvez a única do mundo, isso não
pode.
Eu
gostaria, Ver. Nilo Santos, Ver. Dr. Goulart - nós, que sempre trabalhamos com
total cordialidade -, de dizer o seguinte: em primeiro lugar, esse Projeto
nunca passou pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente, que tem 27 integrantes,
Conselho que presidi e que sempre se colocou contra esse porte de
empreendimento. E mais: o Conselho não tem como aprovar ou reprovar um Projeto
desses. O que o Executivo deveria fazer, e não fez, é apresentar projetos de
lei alterando a atual lei, a qual também sou contra. Eu fui o único Vereador
que votou contra em 2001, somente um Vereador votou contra a atual lei que rege
o uso do solo no Pontal do Estaleiro. A lei atual é tão ruim quanto o Projeto
de Lei que está em debate. O código 25 do Regime Urbanístico, previsto na atual
lei, coloca o índice à altura que quiser, pode botar cem andares de acordo com
a atual lei. Mas o Projeto de Lei atual também é ruim e também não atende os
anseios da sociedade.
Então vamos fazer aqui um debate correto, porque
todos querem um empreendimento no Estaleiro. A questão é: qual o
empreendimento? Nós precisamos ter ali, sim, o acesso à orla, iluminação,
precisamos devolver aquela área para a Cidade. No entanto, o proprietário tem a
responsabilidade, como qualquer outro proprietário, de dar condições mínimas de
uso àquele local. O acesso à orla é garantido por Lei Federal. A manutenção da
limpeza da área é garantida pelo Código Municipal de Limpeza Urbana. Então não
precisamos fazer um projeto megalomaníaco para recuperar o passivo ambiental
lá. Nós precisamos, sim, Ver. Dr. Goulart, de um Projeto, mas não esse. Ver.
Nilo Santos, nós queremos um Projeto, mas não esse. A esse nós somos
contrários, é obvio. E não é que sejamos simplesmente contrários, é que não há
outro, não existe outro projeto; existe uma lei atual que dá as diretrizes de
uso do solo naquela região. Existe um projeto de lei que altera o regime atual.
Na minha opinião, os dois projetos - a lei atual e o Projeto de Lei - não
atendem os interesses da Cidade, não estão em harmonia com a orla, não
respeitam a nossa história. É isso.
Agora, vamos trabalhar um projeto comum. Isso é
possível? Como que não? A Cidade sempre foi sábia em colocar projetos, Ver.
João Dib, comuns. Por isso defendo V. Exª no sentido de que temos que, agora,
trabalhar com os técnicos do Executivo. Vamos ver que projeto é melhor para a
Cidade ali no Pontal do Estaleiro.
Estão nas mãos da Câmara Municipal dois grandes
projetos: o do Estaleiro e o do Plano Diretor, que se entendeu que deveria ser
votado no ano que vem, porque não era factível, não era, talvez, legítimo votar
este ano! Mas, então, por que votar o Pontal do Estaleiro este ano, se é um
microplano diretor para aquela área? Isto é importante: no momento em que não
veio o Projeto de Lei do Executivo, não há como dizer que alguém defendeu, ou
acusou, ou atacou. Em segundo lugar, não há como o empreendedor tratar esgoto
com a Lei Orgânica atual, não adianta alegar esse argumento, não adianta alegar
esse instrumento, Ver. Sebastião Melo. São esses os esclarecimentos importantes
para que nós possamos trabalhar um projeto comum para o Estaleiro Só, que seja
o projeto da cidade de Porto Alegre! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Ver. Sebastião Melo, Exmo Presidente desta Casa; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, nós estamos vendo hoje um ambiente de ânimos acirrados em
relação a uma discussão do Pontal do Estaleiro. Eu sou testemunha, até pelos
meus cabelos brancos pintados, de toda uma história de luta, de acirramentos.
Lembrava há pouco o Ver. João Bosco Vaz o que eu sofri para recuperar a Usina
do Gasômetro. Eu lembro da então Verª Jussara Cony deitada na frente da Usina e
de uma faixa na chaminé, porque aquela área não poderia ser revitalizada, não
poderia ser recuperada. Foi uma luta muito grande, e só agora, na
segunda-feira, o Caco Coelho veio até aqui e pegou a documentação que eu tinha
em meu poder, cópia - e conseguiu na Prefeitura - de todo o trabalho de
recuperação feito por nós e de toda a destinação.
Mas nada disso, Verª Maristela Maffei, me faz
raivosa, rancorosa ou vingativa; nada disso! São erros que passam. O Collares
teve uma oposição muito grande quando foi fazer a Av. Beira-Rio, mas não se
pode comparar esse caso, de forma alguma, com a questão do Pontal do Estaleiro.
E eu digo que muita coisa aqui foi dita, mas tem-se necessidade de
tranqüilidade e de uma análise a ser feita por técnicos especializados. Eu tenho
certeza de que o Prefeito Fogaça não encaminhou o Projeto, que estava há dois
anos com ele no Executivo, porque teve fortes razões, tanto é que, na sua
entrevista à RBS, quando questionado, ele disse: “Eu não encaminhei.” Com isso,
ele disse tudo. “Agora, nada posso fazer se ele surgiu de gabinetes de
Vereadores e está tramitando.” Ou seja, é como se dissesse: “Lavo minhas mãos,
é com os Vereadores”. E é com os Vereadores, que irão votar.
Agora, trago aqui uma colocação. Vejam bem: essa
área do Pontal do Estaleiro foi comprada em 2005 por uma empresa, adquirida por
7 milhões, uma área de 42 mil metros quadrados, oferecida desde 1996 pela Massa
Falida do Estaleiro Só por 17 milhões. Foi vendida por 7 milhões, porque o
Plano Diretor define a área como espaço especial, onde somente podem ser
promovidas atividades de interesse cultural, turístico - prestem atenção na
palavra - e paisagístico, com acesso público, privilegiando a integração da
população com o Guaíba. Nada de rentáveis espigões de 50 metros de altura. Mas
o comprador e o assessor tinham outra visão de futuro e tentaram obter da
Prefeitura a desclassificação do terreno de Área de Impacto de Primeiro Grau
para de Segundo Grau, que admitiria o interesse turístico. O Prefeito Fogaça
não concordou, e os interessados tomaram o caminho da Câmara Municipal. A área
foi deliberadamente abandonada à natureza, para reforçar o pretexto de matagal
e ratos, em contraste com o projeto revitalizador anunciado. Até jornalistas
foram logrados. O abandono, aliás, foi referido pela décima vez por Vereadores
daqui. E não se sabe, até agora, por que a proprietária não foi intimada a
manter a área limpa, murada, ou com tapumes, e em bom estado como determina o
Código de Posturas Municipal para terrenos baldios. Vai ver que isso faz parte
da charada do negócio esperto. Eu sou contra a forma como está; inclusive citei
aqui que estamos encaminhando um Pedido de Providências para que aquele espaço
seja desapropriado e devolvido à população de Porto Alegre. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado,
Verª Neuza Canabarro.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, eu faço uso da tribuna, neste momento, como Líder do meu
Partido, para dizer - já que a nobre Dep. Jussara Cony, camarada Jussara, foi
citada - que é muito fácil fazer “discurso fácil”. Quem não lembra da proposta
que havia em Porto Alegre, no Governo Collares, em relação à orla do Guaíba?
Iam construir torres em torno de toda a orla. Então não venha aqui usar o nome
da Jussara Cony - que não está aqui para se defender, mas tem a sua Líder para
fazê-lo -, fazer demagogia barata em cima de quem não pode estar aqui. Não
venha fazer gracinha, tentar recuperar o que não fizeram na época. Iam acabar
com a orla! Fizeram a avenida, porque tinha a questão do dique, da proteção,
Vereador.
E
quero dizer mais: não foi por causa de liminar, de absolutamente nada, que foi
transferida a discussão do Projeto; foi por causa da Mesa e de suas Lideranças.
Não venha outro Vereador fazer gracinha aqui também para fazer cócegas em toda
a Casa. Vamos falar sério! A pressão dos movimentos é justa, seja de qual lado
for. O PCdoB já tem posição, não vai ser vaia ou aplauso que vai mudar a nossa
posição no dia. Quem está aqui tem que saber que receberá aplausos ou vaias.
Portanto, seja daqui ou de lá, seja o que houver no dia, nós vamos ter posição,
e eu vou falar com todas as letras a posição do meu Partido.
O
que não dá para aceitar, e eu não quero entrar no mérito agora, é que a Verª
Neuza Canabarro venha dizer o que disse aqui, quando o seu Governo ia
privatizar toda a orla, ia acabar com a possibilidade de nós estarmos,
inclusive, discutindo esse assunto aqui hoje! É isso que eu vim reivindicar
aqui. Nós não vamos aceitar, Verª Neuza Canabarro. Eu acho que V. Exª, como
Vereadora, nossa colega aqui, não deveria ter se portado assim, por sua
postura, pelo seu tempo de Vereadora - eu não quero entrar no mérito de outras
pessoas, porque não vem ao caso aqui. Eu não gostei e tenho certeza de que o
nosso Partido está bem chateado, e V. Exª sabe do respeito que nós temos pela
história de Getúlio Vergas, de Jango, pelo desenvolvimento deste País. Agora,
não vou aceitar que uma pessoa que não está aqui seja citada sem poder se
defender, principalmente com a história que a senhora defendeu na época. Não
vou aceitar, Vereadora! O nosso Partido, o PCdoB, e a Jussara Cony merecem
desculpas de Vossa Excelência. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo
quórum, passamos à
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 8565/07 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 297/07, de autoria do
Ver. Carlos Todeschini, que institui o dia 14 de novembro
de cada ano como o Dia Municipal da Prevenção e do Controle do Diabetes
Mellitus, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de
Porto Alegre.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para
aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, §
4º, da LOM;
- votação
nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
- incluído na
Ordem do Dia em 15-10-08.
Na apreciação
do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto,
aceita o Veto.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLL nº 297/07, com
Veto Parcial.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
eu peço atenção, porque este Projeto é muito singelo, institui o dia 14 de
novembro de cada ano como o Dia Municipal da Prevenção e do Controle do
Diabetes Mellitus, que passa a integrar o Calendário Oficial de Porto Alegre.
No art. 1º, está tudo bem e, no art. 2º, no meu entendimento, há uma
compreensão equivocada do Governo.
O
art. 2º diz o seguinte (Lê.): “Na data referida no ‘caput’ do art. 1º desta
Lei, deverão ser promovidas, dentre outras, as seguintes atividades visando à
divulgação e à orientação da comunidade sobre a necessidade de prevenir e
controlar o Diabetes Mellitus: I - caminhada pela prevenção e pelo controle do
Diabetes Mellitus; II - testes de glicemia; III - campanhas; V - palestras e V
- debates.” Vejam só: “Deverão ser promovidas, dentre outras...” - está falando
aqui da Cidade, não está impondo qualquer obrigação ou qualquer determinação ao
Poder Executivo. E aí eu acho que o Prefeito talvez não tenha lido com a
profundidade necessária, Dr. Goulart. Aqui está dito que as entidades, as associações,
o Lions, as escolas, todas as instituições podem promover atividades de
conscientização. Esse é o espírito, isso é o que está claro na lei. O Governo
apresenta Veto ao art. 2º, porque teve uma compreensão equivocada de que há uma
determinação, uma imposição de ações de Governo, o que não corresponde ao fato.
Esse
é um tema que está cada vez mais presente e forte em nível nacional e
internacional e tem como principal aliada a prevenção. Os médicos aqui, Dr.
Sebenelo, Dr. Raul e Dr. Goulart, conhecem muito o tema, sabem que diabetes é
cuidado, é prevenção, é tratamento e, sobretudo, é uma questão de atitude, de
consciência; senão, quem vai pagar a conta é a sociedade. O SUS garante todo o
tratamento, mas ninguém quer ir para o tratamento, porque ele é caro, sem volta
e cada vez mais exigente em quantidades de medicamentos.
Portanto,
o que nós temos a fazer, como sociedade, é uma profunda mobilização no sentido
de alertar as pessoas, de prevenir as pessoas, para que o diabetes passe a ser
uma doença que tenha o convívio da sociedade com a sociedade, mas que a
consciência, a prevenção e a educação, sobretudo, tenham um papel muito
importante na ajuda que deve ser dada. Eu falo isso também porque sou portador
dessa moléstia, é bastante delicado o tratamento e o convívio, é preciso mudar,
alterar todos os atos, todas as práticas de vida.
O
que nós pedimos é que seja mantido o Projeto, que não seja aceito o Veto,
porque o Projeto não invade as competências do Poder Executivo, conforme está
argüido no Processo. São atos, caminhadas, debates, palestras, é uma
incumbência de toda a sociedade civil, de todos que têm preocupação, de toda
sociedade médica, de todos os militantes e integrantes do movimento pela saúde
e principalmente dos que são ligados ao SUS, porque essa é uma doença que tem o
seu tratamento garantido pelo SUS. Por isso peço que seja desfeito o Veto,
porque, no meu entendimento, o texto foi lido de maneira equivocada. Quem
quiser aqui observar, o Processo é bastante claro.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra para discutir o PLL nº 297/07, com Veto
Parcial.
O
SR. DR. GOULART: Sr.
Presidente, muito querido Ver. Sebastião Melo; Ver. Ervino Besson, Ver. Aldacir
Oliboni; Vereador proponente, Carlos Todeschini; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, diabetes é uma doença progressiva e por enquanto não apresenta
cura. Não existe cura, existe controle. Que o diagnóstico dessa doença não seja
um achado de sorte, que o diagnóstico seja uma coisa prevista, para que o
tratamento comece o mais breve possível, para que não exista progressão. E a
progressão o que é? É para os olhos, é a cegueira. É para os rins, são as glomerulonefrites. É para o sistema
cardiológico? Que são os infartos, são os acidentes, as perdas
das extremidades, principalmente dos pés. Que o diagnóstico não seja um
acidente, que seja um diagnóstico certo.
A pessoa precisa mudar o seu jeito cultural de ver
a vida, de enxergar a vida, porque precisa de uma disciplina muito grande, é muito
difícil comer de um jeito diferente das outras pessoas. É muito difícil ter que
usar a medicação, colocando em baixo da pele a insulina de tanto em tanto
tempo; se comeu mais um pouco, tem que usar mais insulina! Vocês não imaginam,
são heróis os diabéticos que conseguem viver equilibrados com a doença. Eles
formam uma legião à parte dos que comem chocolate, dos que tomam sorvete, dos
que tomam refrigerante, dos que comem bastante, dos que bebem bastante.
E nada melhor do que vários itens chamando sempre a
atenção dessas pessoas sobre isso, ou seja, mostrando a solidariedade que o
resto da população tem que ter com o diabético, sabendo que todo mundo tem que
ajudar o diabético. Então, tudo o que está escrito aqui é importante, Ver. João
Bosco...
(Aparte anti-regimental.)
O SR. DR. GOULART: Como?
Chocolate sem açúcar funciona mais ou menos, mas funciona.
Então,
o que acontece? Aqui parece que há um ponto maior sobre o qual o Governo não se
debruça: dosagem de glicemia. A dosagem de glicemia deveria ser oferecida nos
lugares de grande movimento, sempre, pois existem pessoas que já estão com seu
corpo em deterioração e não sabem que têm hiperglicemia. Vão esperar o primeiro
coma acontecer! Ou seja, vão esperar a primeira queda na rua ou em casa para
saberem que aquilo que ocasionou a falta de sentido, o desmaio, o coma é o
problema do açúcar, do diabetes. Então, as pessoas têm que medir...
Nós
sabemos muito bem quem é que mede isso nas ruas, quem é que mede isso nas vilas
- é o Lions, o Rotary, são outras instituições. E aqui no Projeto diz isto, que
nós vamos nos socorrer. Claro, eles fazem as vezes do serviço público, claro
que tinha que ser o serviço público, mas o Vereador teve o cuidado de mostrar
as instituições, de liberar o serviço público disso. Então, não podemos votar
contra este Projeto. Nós não sabemos que irresponsabilidade estamos fazendo, se
não permitirmos que alguma coisa seja feita para a grande comunidade diabética,
que está começando a ultrapassar 10% da população do mundo. Se nós contarmos
dez de nós aqui neste plenário, um pode ter diabetes ou tem diabetes.
Então, senhores e senhoras, eu imagino que tenhamos que derrubar o Veto, porque
decerto o Prefeito não leu bem isso, porque, se tivesse lido com cuidado isto
aqui, ele teria permitido que as pessoas fossem informadas, fossem ajudadas.
Digo para os senhores que cuidar de diabetes, prevenir diabetes, falar todos os
dias sobre diabetes é um ato nosso de misericórdia.
(Não
revisado pelo orador.)
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 297/07, com Veto Parcial.
Ver.
Dr. Goulart, o art. 2º dá uma determinação ao Prefeito, diz (Lê.): “... deverão
ser promovidas, dentre outras [...] I - caminhadas pela prevenção e pelo
controle do Diabetes, II - testes de glicemia, III - campanhas, IV - palestras
e V - debates”. Ora, diz o Ver. Carlos Todeschini que essa ordem ele não deu ao
Prefeito, que isso poderia ser cumprido pelas instituições. Só que nós vivemos
num processo democrático, os Poderes da democracia são o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário. Quando nós criamos aqui as leis, elas devem ser
cumpridas pelo Executivo! Por isso ele é o Poder Executivo! Eu não faço leis
para que as instituições do mundo civil cumpram, eu tenho que fazer leis para o
Executivo, Ver. Todeschini, cumprir. Olhe, eu apóio V. Exª naquilo que fez,
acho que V. Exª já traz uma contribuição muito grande com relação à discussão
que é feita sobre o controle do diabetes mellitus, só que nós não podemos dizer
que o Executivo é obrigado a promover isso. Eu não estou dizendo para outra
instituição quando eu digo aqui numa lei; eu digo para o Executivo que ele
teria o dever de fazer isto aqui. Só que, como o art. 94 diz que isso é
competência exclusiva dele, então está correto o Veto que foi aposto ao art. 2º
do Projeto de Lei, muito embora eu desejasse que essas atividades e mais
algumas que V. Exª coloca aqui pudessem ser feitas para que a opinião pública
pudesse ser avisada com relação aos riscos do diabetes mellitus.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, meus cumprimentos pela sua
manifestação, Ver. Luiz Braz, mas em momento nenhum está dito no corpo da lei
que é uma imposição, uma obrigação do Poder Executivo.
O SR. LUIZ BRAZ: Aqui está dizendo: “... deverão
ser promovidas, dentre outras...”.
O Sr. Carlos Todeschini: Sim, mas
muitas entidades... Isso é uma orientação, é uma instituição, não determina que
seja obrigação do Executivo realizar essas atividades, como palestras,
caminhadas, mobilizações, é para o conjunto da sociedade. Está sendo instituída
uma lei como uma idéia de programa abarcado por toda a sociedade.
O SR. LUIZ BRAZ: Com toda a certeza, Ver.
Todeschini, a sua idéia é muito boa, só que, quando eu dou uma ordem aqui, a
ordem que dou, na lei, é para o Executivo. Eu não posso dar uma lei para
alguém...
O
SR. LUIZ BRAZ: Mas assim
é, Vereador! Os Poderes são constituídos dessa forma! A democracia existe
exatamente com essa constituição, em que o Poder Legislativo faz as leis, e o
Poder Executivo cumpre as leis. Como posso fazer uma lei aqui para que o Sesi
faça uma atividade, ou para que uma outra entidade qualquer realize alguma
coisa?
O
Sr. Dr. Goulart: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu quero pedir desculpas
e dizer que quem não leu direito não foi o Prefeito, e sim eu; não li direito a
matéria. Mas quero dizer a V. Exª - obrigado pela correção - que, apesar de
tudo, vou ter que votar a favor disto aí.
O
SR. LUIZ BRAZ: Maravilha!
Eu só quero chamar a atenção no sentido de que o Veto do Prefeito obedece
exatamente aos mandamentos do art. 94 da Lei Orgânica do Município, muito
embora, é claro, esteja cheio de mérito o Ver. Carlos Todeschini por estar
exatamente chamando a atenção de toda a sociedade com relação aos cuidados que
devemos ter com o controle do diabetes mellitus.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado,
Ver. Luiz Braz.
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 297/07, com Veto
Parcial.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidente, Ver. Ervino Besson; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
público que nos acompanha pelo Canal 16, praticamente já se tornou rotina o
Governo Municipal não dar apoio a este tipo de iniciativa, que eu diria que é
de extrema importância para a cidade de Porto Alegre - a prevenção. Quem
trabalha na área da Saúde ou em outras políticas de prevenção sabe o quanto é
importante, Ver. Carlos Todeschini, este Projeto de Lei, na medida em que ele
oportuniza às pessoas terem não só o controle do diabetes, mas, acima de tudo, permite
a elas saber se têm ou não diabetes.
Nós
sabemos que no Município de Porto Alegre - e isto não é um descaso, é, acima de
tudo, uma informação completamente distorcida -, segundo o Governo, todo
cidadão tem acesso à Saúde ou à consulta, mas nós sabemos que muitos cidadãos
têm uma enorme dificuldade de acesso à consulta, que demora, muitas vezes, um
ano ou dois anos. E esse cidadão, até ter acesso à consulta, muitas vezes pode
ser um portador de diabetes. E aí nós nos perguntamos: quais são as políticas
adotadas pelo atual Governo para o controle da prevenção em Saúde? São muito
poucas, grande parte delas são assumidas pelas ONGs, por entidades que, de
fato, fazem isso espontaneamente no Brique da Redenção, em outros lugares da
Cidade, exatamente para possibilitar ao cidadão acesso ao conhecimento do que
ele pode ter, porque assim - sobre a excelente explanação que o Ver. Dr.
Goulart deu aqui a respeito do diagnóstico - ele terá, muitas vezes, a
possibilidade de saber se é hipertenso ou portador de diabetes. Não é isso,
nobre Ver. Nilo?
O
Sr. Nilo Santos: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, quero
cumprimentá-lo pelo discurso e apenas fazer uma correção: V. Exª comentou que é
uma prática comum deste Governo não apoiar a prevenção. Na realidade, o
Prefeito não está vetando todo o Projeto; fica instituído o dia 14 de novembro
de cada ano como o Dia Municipal da Prevenção e do Controle do Diabetes
Mellitus, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos. O Prefeito está
dando O.K., está favorável a isso, apenas o erro está na expressão
“deverão ser promovidas”, apenas isso. Este Governo está apoiando a iniciativa,
sim, do Ver. Todeschini. Só para fazer essa correção.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nós
temos uma infinidade de Projetos de Lei aprovados aqui e que estão em
andamento, exatamente para o combate de determinada doença, ou para a prevenção
e orientação de possíveis doenças. Mas percebemos aqui, nobre colega, Ver.
Nilo, que o Prefeito vetou exatamente o art. 2º, impedindo, em relação à
prevenção e ao controle do diabetes, os testes de glicemia, as caminhadas, as
palestras e os debates. Se o Governo tivesse um pouquinho mais de
sensibilidade, eu diria, ele poderia fazer isso via Secretaria Municipal de
Saúde, não precisaria vetar esse tipo de iniciativa, poderia fazer parcerias
com as ONGs ou com as entidades que aqui foram citadas. O Governo Municipal tem
vetado boas iniciativas e tem trazido para o conjunto dos Vereadores o debate
de coisas mínimas, como é esse caso específico, porque são inúmeros os
programas que têm possibilidade de buscar recursos, sejam eles estaduais ou
federais, para promover a prevenção em Saúde Pública.
Embora
seja um Veto parcial, para mim demonstra o descaso com a Saúde Pública,
impedindo a população de fazer a prevenção, impedindo que o cidadão que não tem
acesso à Saúde, à Educação, que não tem acesso à consulta, saiba se é um
portador ou não de diabetes. Volto a salientar que precisamos, sim, Ver.
Todeschini, derrubar este Veto, para demonstrar claramente que queremos que a
população tenha acesso nem que seja a um teste de glicemia, nem que seja a um
pequeno teste; trata-se de uma bela iniciativa, possibilitará ao cidadão saber
se é portador ou não de diabetes. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson):
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 297/07, com
Veto Parcial.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o corpo humano tem
três partes: cabeça, tronco e membros. O Projeto do Ver. Todeschini também tem
cabeça, tronco e membros. E o Prefeito, no Veto, cortou os membros, deixou
praticamente o corpo sem vida, sem utilidade, com problemas, com seriedade. Na
verdade, não está sendo dada ao Executivo nenhuma obrigatoriedade, o Projeto
está apenas dizendo que passa o evento, dado o caput do artigo, a
integrar o Calendário Oficial do Município de Porto Alegre.
O
carnaval é um evento que faz parte do Calendário Oficial de Porto Alegre, e o
Executivo não sai sambando nas ruas, são as escolas de samba. E é como diz o
autor do Projeto: a Associação Rio-Grandense de Apoio ao Diabético funciona
nesse dia; a Federação Nacional das Associações de Entidades dos Diabéticos,
que tem sede em São Paulo, e a Internacional Diabetics Federation, cuja sede é
em Bruxelas, atuam nesse dia, através das entidades representativas. Portanto,
se for um evento oficial, o Município dará, nesse dia, um pouco mais de alegria
àquelas pessoas que anualmente, sem a lei, estão participando das atividades de
prevenção do diabetes mellitus.
E não está colocado que essas atividades devam, obrigatoriamente, ser
feitas pelo Executivo.
O
Sr. Luiz Braz: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dib, sempre é uma honra poder
constar no pronunciamento de Vossa Excelência. O Executivo não sai sambando no
carnaval, mas ele paga a conta, e V. Exª sabe disso. O carnaval não é um evento
barato, é um evento caro. O Executivo é quem vai pagar a conta em relação a
essas atividades que o Ver. Todeschini diz que deverão ser executadas, por isso
o art. 94 reserva para o Executivo privativamente o poder de fazer essas
atividades.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre
Vereador, realmente, no carnaval o Executivo gasta. Agora, há muitos outros
eventos em que o Executivo não gasta um centavo, apenas a coletividade
patrocina esses eventos, e esse é um deles. Se o Executivo quiser se somar,
será muito interessante, muito importante, porque o diabetes é um problema
muito sério. Inclusive o nosso Canal 16 permanentemente mostra as dificuldades
que pode enfrentar o diabético por falta de conhecimento. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Ervino Besson):
O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 297/07, com
Veto Parcial.
Acho
que não há razão para o Veto, não pela questão semântica do “deverão”, acho que
o Ver. Braz tem razão do ponto de vista legal, mas ele só alertou que tem esse
problema, que isso não seria uma implicação, que é uma obrigação vetar. Porém
nós também temos por obrigação não aceitar o Veto e nós mesmos chancelarmos
essa lei, principalmente pela natureza do que está sendo tratado, pela
grandiosidade do Projeto e pelo volume fantástico que anualmente o País gasta
na luta contra o diabetes - um erro químico, um erro de metabolismo por
deficiências de células do pâncreas, fazendo com que tenhamos, na outra ponta,
muitos momentos de angústia, muitos momentos de insucesso, muitos momentos de
perda por não haver exatamente a conscientização. E hoje se descobre que mesmo
aquelas crianças com diabetes juvenil estão vivendo, estão muito mais longevas,
estão muito mais educadas do ponto de vista sanitário e, principalmente, estão
deixando, pela prevenção, de dar esse ônus às instituições públicas da área da
Saúde.
Por isso sou totalmente favorável ao Projeto, vou votar a
favor; acho que todos os Vereadores vão derrubar o Veto Parcial. Entendo como
Veto Parcial algo que não tem nada a ver com o mérito do Projeto: cem para o
mérito, um ou outro probleminha não vai rasgar a lei, isso não tem gravidade,
isso é apenas uma questão de negociação, uma questão de diálogo, uma questão de
convencimento. Eu gostei muito da figura, Ver. Dr. Raul, que o Dib fez a
respeito da cabeça, do tronco e dos membros. Ele esqueceu que o corpo humano
tem quatro partes: cabeça, tronco, membros e telefone celular. Pois é... Então,
“cortar os membros está certo...!” Ficou realmente um corpo sem os problemas
fundamentais do indivíduo.
O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Claudio
Sebenelo, eu venho me associar ao seu pronunciamento e dizer que, realmente,
essa luta do diabetes é uma luta de todos nós, e o Projeto parece apresentar
uma certa dubiedade no artigo que foi vetado, mas
vou dizer o seguinte: na dúvida, in dúbio pro reo. Ou seja, in dúbio,
que sejamos a favor daquela pessoa que tem diabetes, que quer prevenção, que
quer promover a saúde. Então, devemos ser a favor da derrubada do Veto.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver. Claudio Sebenelo.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 297/07, com
Veto Parcial. (Pausa.) Desiste. O Ver. Dr. Raul está com a palavra para
discutir o PLL nº 297/07, com Veto Parcial. (Pausa.) Desiste.
O Ver. José Ismael Heinen
está com a palavra para discutir o
PLL nº 297/07, com Veto Parcial.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Ver. Ervino Besson, na presidência
dos trabalhos; nobres colegas Vereadores e Vereadoras, trago o posicionamento
dos Democratas a respeito do Projeto do colega Todeschini: também votaremos
conforme o desejo hoje de Vossa Excelência. Lembro também de um Projetos
anterior, apresentado por este Vereador, sobre as faixas de segurança, de a
Prefeitura promover, no início das aulas, uma conscientização. Infelizmente o
meu Gabinete teve de ir às ruas para lembrar que faixa de segurança é para o
pedestre poder passar. Quer dizer, é importante termos as leis, mas depois,
Ver. Todeschini, que elas realmente sejam cumpridas; isso é o mais importante.
Dou-lhe parabéns, porque hoje, neste País, a Saúde não é tratada como deveria,
e são essas leis oportunas que fazem com que a população sofra menos. Parabéns!
Pode contar com o nosso apoio. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Obrigado, Ver.
José Ismael Heinen. Encerrada a
discussão.
(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs.
Vereadores, o encaminhamento de votação é: “sim” aprova o Projeto e rejeita o
Veto; “não” rejeita o Projeto e aceita o Veto. Em votação o PLL nº 297/07.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
o PLL nº 0297/07; REJEITADO o Veto por 22 votos SIM e 01 voto
NÃO.
Recebo, de autoria do Ver. João Antonio Dib,
Requerimento com o seguinte teor: (Lê) “Requeiro a Vossa Excelência, nos termos
regimentais, em especial o contido no art. 139, que seja convidado a comparecer
a uma Sessão nesta Casa o Sr. Secretário de Planejamento Municipal, em
companhia de três técnicos (assessores) do Poder Executivo, para pronunciamento
e esclarecimento acerca do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
006/08, Processo nº 2.486/08, que ‘Classifica como empreendimento de Impacto de
Segundo Nível o projeto de revitalização urbana do trecho da orla do Guaíba
localizado na UEU 4036, denominado Pontal do Estaleiro e dá outras
providências’, uma vez que, não obstante estar assinado por dezessete
Vereadores, está tramitando sob força do art. 81 da Lei Orgânica do Município,
o que impediu maiores estudos, principalmente no que refere ao impacto
ambiental que empreendimento desse porte poderá causar”.
Em votação o Requerimento do Ver. João Antonio Dib.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade. Solicito que seja feito o convite na forma do Requerimento.
Encerrada a Ordem do Dia. Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 5325/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 218/08, de autoria dos Vereadores João Bosco Vaz e João Carlos
Nedel, que denomina Ginásio de Esportes Lupi Martins o equipamento público
conhecido como Ginásio Cruzeiro do Sul, localizado no Bairro Teresópolis.
PROC. Nº 5477/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 224/08, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que autoriza o
Executivo Municipal a permitir a recarga bipartida do cartão de passagem
escolar.
PROC. Nº 5641/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 225/08, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que denomina Rua
Augusto Belloli o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua G – Rua
Orfanotrófio –, localizado no Bairro Teresópolis.
PROC. Nº 5656/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 227/08, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que denomina Rua Jorge
Valmor Gonçalves Teixeira o logradouro não-cadastrado, conhecido como Beco Dois
C – Vila Asa Branca –, localizado no Bairro Sarandi.
PROC. Nº 5658/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 229/08, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que denomina Rua José
Albano de Bitencourt o logradouro não-cadastrado, conhecido como Beco Vinte e
Cinco – Vila Asa Branca –, localizado no Bairro Sarandi.
PROC. Nº 5687/08 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 230/08, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que institui o Mês de
Adoção dos Animais, a ser realizado anualmente, no mês de outubro, que passa a
integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e
senhores, quero trazer à discussão e análise o Projeto de autoria do Ver.
Claudio Sebenelo que institui o Mês de Adoção dos Animais, a ser realizado
anualmente em outubro, passando a integrar o Calendário Oficial de Eventos do
Município de Porto Alegre.
Ver. Claudio Sebenelo, venho aqui, num primeiro
momento, já me pronunciar favorável ao seu Projeto, mas quero aproveitar a
oportunidade que V. Exª oferece à cidade de Porto Alegre para que possamos
fazer uma reflexão sobre a política de zoonozes do Município de Porto Alegre.
Neste momento, a política de zoonoses está totalmente abandonada, e justifico
aqui dizendo aos senhores e às senhoras que os animais são e estão abandonados
em todos os cantos da Cidade, principalmente os cachorros, gatos e cavalos. Nas
vilas da periferia, Ver. Dr. Raul, V. Exª trabalha lá nas ilhas, há uma
proliferação de animais, sem controle de zoonozes; além de ser um ato contra
uma política ambiental que proteja os animais, também é um tema de Saúde
Pública.
Cumprimento o Seu Fortes, que está aqui, que
coordena o Comitê em Defesa do Hospital Pronto-Socorro Zona Sul, tema que volta
a debate todos os dias.
Há poucos dias estive visitando o Hospital Parque
Belém, Dr. Sebenelo, e lá havia uma quantidade imensa de cachorros abandonados
que haviam se apropriado do espaço do pátio. Eram cachorros com um conjunto de
doenças como sarna, carrapatos e outros, e isso causa transmissão de doenças
infecciosas. Enquanto isso, o Centro de Zoonoses do Município de Porto Alegre -
cuja fundação eu tive a oportunidade de coordenar no ano de 1990, lá na Estrada
Érico Bernardes, na Lomba do Pinheiro, junto ao Centro Agrícola Demonstrativo -
está desmontado, sucateado, abandonado, não há veterinários para cuidar desse
tema.
Ver. Sebastião Melo, V. Exª é
autor da lei da proibição das carroças, há mais de seis mil famílias que vivem
e sobrevivem das atividades com uso das carroças, e o Centro de Zoonozes, que é
de responsabilidade do Executivo Municipal, não dá atenção a essas famílias no
sentido de elas cuidarem da saúde dos seus
animais: dos cavalos e também dos cães e gatos desta Cidade, principalmente
dessas três espécies de animais domésticos, que há em grande quantidade no meio
urbano. E onde eles estão concentrados? Na periferia da Cidade, nas vilas
irregulares, principalmente, onde já existe o problema de falta de saneamento
básico, com esgoto a céu aberto.
Então, venho cumprimentar novamente o Ver. Sebenelo e trazer
à Presidência desta Casa essa discussão, porque o sucateamento do Centro de
Zoonoses, de responsabilidade da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio e
da Secretaria Municipal da Saúde, lá na Lomba do Pinheiro, na Rua Berico
Bernardes Galego, junto ao Centro Agrícola Demonstrativo, é uma realidade. E
agora que estamos discutindo políticas públicas para o Município de Porto
Alegre tem que ser dito: não existe política de controle de zoonoses em Porto
Alegre neste momento, e o problema da Saúde Pública é um problema gravíssimo,
pela transmissão de doenças através dos animais abandonados em todos os
cantos da Cidade, do Centro à periferia, passando por instituições de ensino,
de pesquisa, onde os animais estão às soltas gerando distúrbio e contaminação.
Portanto, meus parabéns, Ver. Dr. Sebenelo, pela proposição que o senhor traz a
esta Casa.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu quero solicitar a atenção dos Srs.
Líderes e dos membros da Mesa: nós estaremos finalizando a nossa Sessão dentro
de dez minutos, e convido todos para reunião na Sala da Presidência da Casa.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a
Pauta.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente desta Casa, Ver.
Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e
senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu quero
saudar a todos.
Em
2ª Sessão de Pauta temos o PLL n° 230/08, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo,
que institui o Mês de Adoção de Animais, a ser realizado anualmente no mês de
outubro, passando a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de
Porto Alegre. Eu também quero parabenizar o Ver. Claudio Sebenelo por essa
iniciativa. Eu vejo que é uma iniciativa muito louvável do Vereador. Sabe-se
lá, com este Projeto, que chama a atenção de algumas famílias, Ver. Dr. Raul, o
que acontecerá? Por exemplo, se nós fizermos uma visita à Redenção para falar com
os técnicos, com os veterinários, com as pessoas que trabalham ali, que cuidam,
que têm responsabilidade pelo Parque, saberemos que é assustadora a quantidade
de animais abandonados principalmente no período de férias.
A pessoa pega um animalzinho, que fica doente num
período de dez meses, ou nove meses e meio, num período de férias, aí a pessoa
coloca o coitado do animalzinho no seu veículo e o larga, por exemplo, na
Redenção. É um crime fazer isso com os animais. E como se não bastasse isso,
Ver. Dr. Raul, as pessoas vão à praia... Digo isso porque, felizmente, sou um
defensor dos animais, digo isso pela minha história de infância. Eu fui criado
no Interior, sei o que o animal representa para as famílias, para as pessoas,
até hoje os animais oferecem segurança, principalmente os cachorros. E o que as
pessoas fazem? Elas pegam, vão um dia à praia, levam seu animal lá e, porque
tem outra programação, uma viagem a outros locais, o abandonam, deixam o
coitado do animal perdido na praia. Ora, isso aí é uma coisa... Um animal tem
vida também, se alguém pensa que o animal não sente dor... Ele sente dor, sente
uma saudade imensa das pessoas, das famílias, porque o animal se apega às
famílias, ele se apega às crianças, e, de repente, as pessoas não têm essa
dignidade, não têm essa sensibilidade de sentir... Puxa vida! Ter um
animalzinho que serviu durante dez meses, que deu alegria para o seu filho, fez
parte da convivência com a família, e, de repente, porque a família tem que
viajar e não tem onde deixar o animal, o largar na Redenção, nos parques, nas
praças, abandonar os coitados dos bichinhos, que ficam tão perdidos, procurando
seus familiares, são atropelados e morrem nas vias públicas. Isso é muito ruim.
Portanto, Ver. Sebenelo, quero mais uma vez
parabenizá-lo pela iniciativa. Quem sabe com este Projeto nós chamamos a
atenção das pessoas que têm o seu animalzinho de estimação. Pois a pessoa,
quando pega um animal para criar e tem uma convivência de dez meses, um pouco
mais ou um pouco menos, porque há maneiras... Mas não deve largar um animal na
rua!
No fim do ano passado eu estive no Parque
Farroupilha. O pessoal largou em frente a minha casa uma caixinha com animais
recém-nascidos, os filhotinhos chorando... Nós ficamos sensibilizados com isso.
Aí fui lá, fiquei estarrecido, o meu filho me mostrando a quantidade de
animais, de bichos que as pessoas largam e abandonam por aí, no Parque
Farroupilha.
Portanto, quem sabe, esse Projeto do Ver. Claudio
Sebenelo sirva de alerta para as famílias, um alerta às pessoas, para que elas
não façam isso aos animaizinhos, porque, se nós seres humanos temos dor, os
animais são seres vivos e também sentem dor e se apegam muito às famílias. Ver.
Claudio Sebenelo, V. Exª terá deste Vereador, sem dúvida nenhuma, apoio total a
esse Projeto de Lei. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a
Pauta. (Pausa.) Desiste.
O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
Está cumprido rigorosamente o nosso calendário de
trabalho na tarde hoje.
Convido os Srs. Líderes e representantes da Mesa
Diretora para, de imediato, darmos seguimento aos nossos trabalhos em Reunião
de Mesa e Lideranças.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 15h49min.)
* * * * *